segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

hazards of love

E foi o fim, antes fosse de policarpo, aqui só morrem as expectativas e um carnaval de memórias e renovação. O que foi doce ficou na lembrança de dias de sol, água e folia com queridas amigas. O resto serve de força para o novo e desconhecido. Taças de vinho, pôr-do-sol, aparições inesperadas, um vestido amarelo-limão e roxo, cabelos ruivos ao vento, o coração palpitando, o choro pela manhã, palavras que feriam, a tristeza tomando lugar do que seria uma nova chance. São marcas que me ensinam que nem sempre o que passou, acabou. Serviu. Me agarro aos fatos agora, cansei de sonhar, imaginar e traçar os planos que nunca vinham ou aconteciam. Me sinto livre. A paz chegou junto da minha confiança de que assim é definitivamente melhor. De que o que eu pensava ser, nunca foi. E que eu sempre fui boa nisso, ser eu mesma.

Assim, só.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

noite passada, noite de chuva

Eu te vi pelo canto dos olhos entrando, esperei que viesse em minha direção e não me assustei quando tocou meus cabelos. Eu já imaginava que seria assim. Você vem me surpreendendo cada vez mais. No fim, se tornou a pessoa carinhosa que eu desejei que fosse. Tarde demais? Talvez. Pode ser um novo jeito de encarar a mudança e o que se tornou de fato real.

Percebi melhor o seu sorriso, enquanto me ouvia falar. Notei o modo como tenta me tocar, seja numa brincadeira ou para pedir minha pele. Gosto do seu novo rosto durante as despedidas, como se esperando algo mais, como se pensando no que poderia ser ou como poderia ter sido. O abraço apertado de quem preza pelo presente e sente pelo futuro.

Os nossos corpos mal se tocando me deixavam bem. Como se aquela distância representasse a barreira pela qual somente o carinho pudesse ultrapassar. Eu prefiro não me aproximar a ter que perder esses momentos. E então, quando amanheceu, e tudo o que eu queria era te pedir um abraço, te vi sendo tão rápido quanto a minha resposta. É claro que te queria ao meu lado. Como se o tempo nunca tivesse passado. Mas, dessa vez, eu estava em paz.

Sem medir os atos, ações e tentar interpretar a situação, só senti o momento. Me deixei levar nos seus braços e me perdi no meu sono. A segurança me deixava leve, seu calor me fazia suar. O frio passou.

E então, como se a te esperar, adiei por alguns minutos a próxima noite. Até te ouvir do outro lado, preocupado como eu sabia que estaria. Aquele tipo de preocupação pela qual a amizade se mede.

Em resumo sucinto e sensato: te prefiro, meu amigo.