quinta-feira, 30 de julho de 2009

directions I could understand

não me deixe aqui passando o tempo com minha mente. sem meus parâmetros me perco. gostaria de saber por onde começar, como desenroscar os pensamentos e dúvidas que afogam minha capacidade de raciocinar. o quão estúpida fui ao pensar que tudo se resolveria com o meu silêncio e você seria capaz de me fazer melhor, estúpido. gastei minhas forças e tempo na tentativa de te fazer entender. querendo que a falta de palavras e as lágrimas em meu rosto consertassem algo ou ao menos te fizessem entender que nem tudo está perfeito. que o seu bom é o meu nada. que o que tenho não me é suficiente. e meu provedor, você, esta faltando com suas obrigações, desqualificado, inoperante, ignorante, estúpido. mas, não sei onde começar. não me deixe aqui, não tenho a quem perguntar.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

this ain't no singing in the rain

você corre e se esconde, mas preste atenção, ninguém irá te ver quando a ajuda for necessária, quando sua juventude te abandonar. você poderá gritar aos quatro ventos, nem anjos nem demônios te ouvirão. você precisará cair para que seja capaz de levantar sozinho. e todos deixarão que isso aconteça. todos estão cheios de você e do seu típico modo de resolver os problemas. aliás, do seu suicídio não ousarão falar. sobre a sua incapacidade nem todos vão discutir. a sua ignorância muitos irão dizer não conhecer. só quem te vê de perto sabe o quão frágil você pode ser. ninguém aqui parece te conhecer. você não achará amigos e correrá para mim quando seu fim estiver chegando e eu decretar que assim será. vagarosamente você morre em meu braços e sorrindo eu te vejo afundar. nos meus braços.

this memory will fade away and die

por quantas vezes conseguirei fazer o caminho de ida e volta e carregar o peso pela sua falta de atitude? você me vê andando e continua se negando a acreditar que tudo seja culpa do hoje e eu nego te dizer adeus. por quantas vezes terei que evitar olhar em seus olhos enquanto você não for embora? você nem ao menos tentou entrar em minha mente, entender meus sinais, minhas atitudes, me entender. e agora eu conto as vezes que poderia ter só te observado partir, sem interferir. só agora posso te olhar nos olhos, feliz com a sua partida.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

for what it’s worth

quis te contar que não sou de vidro, que a proteção abusiva limitava meu sentimento, que qualquer ação sua a meu favor me desagradava. pois eu não quebro.

tentei te avisar para não podar minhas asas, para não danificar minha rotina, para não prejudicar meu livre viver. pois não sou domável.

busquei respostas no seu olhar, palavras no seu silêncio e sonhos em nossa realidade, mas nada pude achar. pois as vezes preciso de obviedade para crer.

ouvi suas músicas, li seus livros, mergulhei em suas experiências pensando que te conheceria melhor. sua exatidão e discursos bem formulados me assustaram, me senti pequena. pois eu ainda tenho muito a aprender (e a parte que te basta, não me completa).

vi pessoas passarem, passos serem dados e decisões terminarem desfeitas. vi minha certeza abalada pela falta de coragem. vi minhas expectativas desmoronarem frente à incerteza. a instabilidade me tirou da rota e pensar na continuidade faz minha razão ir contra sentimentos.

me observei refletida frente ao metrô em movimento, horas com e sem cabeça. a imagem interna de encontro ao vidro. há dias que os pensamentos me dão trégua, em outros a guerra me perturba, fere a lucidez e me deixa a vagar entre achismos.

o fim nunca me pertenceu. a lógica se desfaz ao longo do que seria um texto. se houve sentido, hoje só restam palavras não pronunciadas. tudo novamente preso entre medo e insegurança. esperando o momento em que a inspiração deixará de ser fato para se tornar imaginação.