quinta-feira, 17 de abril de 2008

hold me

e ela fez do dia noite e estendeu a madrugada até às 9h. acordou ainda cansada, os sonhos lhe haviam tirado a paz do sono, e ainda cansada abriu os olhos. o braço lentamente o envolveu, e ao seu toque ele se revirou, parou com os olhos fixados aos dela e assim, cansado, um meio sorriso surgiu.

os lençóis eram cúmplices do anoitecer, do passar dos minutos entre beijos e vozes. as falas entrecortadas por gemidos enquanto os pés se enlaçam procurando a proximidade das bocas.

o sol apareceu trazendo as obrigações do dia, que deixariam de ocupar os pensamentos ao procurar refúgio na memória. e então o passar seria mais alegre. e o tempo se arrastaria pelas curvas dos toques que se permitia relembrar enquanto não pudesse estar novamente em seus braços.

terça-feira, 15 de abril de 2008

entrementes

e ao som da sua música meu corpo estremece, como se você sussurrasse no meu ouvido, suspirando em meu pescoço enquanto escuto sua voz invadir minha cabeça, tomar o lugar dos pensamentos antes importantes, porque agora só você importa, só você faz circular as tarefas em minha mente, e ocupa o segundo plano enquanto se esconde e fica ali de canto observando tudo, você nunca sai de lá, digo, daqui, da minha cabeça.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

empty

Por culpa da estupidez de minha mente, te deixei ali esquecido, aguardando o momento exato para reaparecer e assombrar meu presente. Cai no jogo da memória e, quando menos esperava, fui trapaceada com a ilusão do seu desaparecimento momentâneo. Infelizmente sua presença voltou a atormentar meu espírito e o antigo amor foi reacendido pelas fagulhas do ciúmes.

Ver suas mãos em outra cintura e seus lábios de encontro a outra face rompia minha lucidez, a cena parecia focar nos seus gestos e me fazer de telespectadora da cena cruel em que meu peito explodia e levavam meu coração ainda sangrando embora. Do raptor eu desconhecia o nome e a identidade, que já não me eram tão importantes, tendo ele salvo uma vida, minha vida, do sofrimento persistente.

Perdi ali a lucidez, o coração e a dignidade. E por não me ser possível enxergar a vida sem paz e amor, deixei-a ali também. Entregue a quem ousasse desejá-la, pois de mim sentimento algum surgiria: a indiferença tomou meus dias.